A Vontade, ou o Optimismo e a Persistência
É escandalosa a forma como mudo de opinião. Lembro-me que durante muito tempo censurei a forma de auto-promoção de muitos designers. Como não queria ser igual a eles, achava que o melhor caminho seria acreditar na sorte, e esperar pelas oportunidades. Hoje considero que estava a ser comodista. Isto porque, naquela altura, via essa procura de visibilidade dos designers como mero artifício promocional, do género "isto tem a minha marca". Outra das razões para não seguir esta tendência talvez se prendesse com o facto de, na verdade, ter vergonha do pouco trabalho que tinha, e por alguns desses trabalhos implicarem opções nas quais já não encontrava sustentação.
Neste momento não penso assim (por agora!). Há dias ouvi a Isabel Carvalho em entrevista na Antena 2, dizer que os artistas (do Porto) precisavam de espaços de exposição, e que a sua carreira artística dependia dessa visibilidade, e que era "muito triste" quando isso não acontecia. Pensei que, comigo designer, se passa o mesmo. Dependemos das oportunidades e também é disso que se fazem as carreiras. É importante sermos alvos de críticas, sermos comentados, contestados, e para isso necessariamente temos que nos expor.
Isto tudo para falar das vontades. Lembro-me de aqui há uns anos tudo era motivo para comemorações. Lembro-me até de uma garrafa de champanhe e um jantar muito especial para comemorar uma vitória antecipada (!!?"*:-@) e que se revelou mais tarde em derrota. Hoje penso que mesmo essa comemoração foi importante. Era importante sentir que havia oscilações naquilo que produzia.
Quando necessito de consolo, costumo recorrer à Emigre 69, a última, onde em 69 pequenas histórias são contadas derrapagens, mas sobretudo muitas vontades... Perceber que a Emigre, tinha passado por adversidades, críticas, dúvidas, foi um grande espanto para alguém que sempre a pensou como uma revista de referência, sempre no topo. Acho que sempre senti que seria isso a ambição, não uma ideia de estrelato, mas antes, superar as dificuldades, traçar um caminho e percorrê-lo. Para isso o empenho, o entusiasmo, são fundamentais, mas também, alguma insatisfação. Saber que se pode sempre ser melhor, não nos contentarmos com o caminho mais fácil.
Temo ter cada vez menos capacidade para me entusiasmar com as coisas em geral. As paixões são cada vez mais medidas. Por isso reconheço que, até os designers que seguem condutas com as quais eu não concordo, precisam ter disciplina e persistência para levaram em diante as suas convicções. Têm vontade.
Neste momento não penso assim (por agora!). Há dias ouvi a Isabel Carvalho em entrevista na Antena 2, dizer que os artistas (do Porto) precisavam de espaços de exposição, e que a sua carreira artística dependia dessa visibilidade, e que era "muito triste" quando isso não acontecia. Pensei que, comigo designer, se passa o mesmo. Dependemos das oportunidades e também é disso que se fazem as carreiras. É importante sermos alvos de críticas, sermos comentados, contestados, e para isso necessariamente temos que nos expor.
Isto tudo para falar das vontades. Lembro-me de aqui há uns anos tudo era motivo para comemorações. Lembro-me até de uma garrafa de champanhe e um jantar muito especial para comemorar uma vitória antecipada (!!?"*:-@) e que se revelou mais tarde em derrota. Hoje penso que mesmo essa comemoração foi importante. Era importante sentir que havia oscilações naquilo que produzia.
Quando necessito de consolo, costumo recorrer à Emigre 69, a última, onde em 69 pequenas histórias são contadas derrapagens, mas sobretudo muitas vontades... Perceber que a Emigre, tinha passado por adversidades, críticas, dúvidas, foi um grande espanto para alguém que sempre a pensou como uma revista de referência, sempre no topo. Acho que sempre senti que seria isso a ambição, não uma ideia de estrelato, mas antes, superar as dificuldades, traçar um caminho e percorrê-lo. Para isso o empenho, o entusiasmo, são fundamentais, mas também, alguma insatisfação. Saber que se pode sempre ser melhor, não nos contentarmos com o caminho mais fácil.
Temo ter cada vez menos capacidade para me entusiasmar com as coisas em geral. As paixões são cada vez mais medidas. Por isso reconheço que, até os designers que seguem condutas com as quais eu não concordo, precisam ter disciplina e persistência para levaram em diante as suas convicções. Têm vontade.