terça-feira, junho 27

Querido Portugal

domingo, junho 25

Diário gráfico






páginas antigas e o que pensamos entre Novembro e Janeiro.

sábado, junho 24

Sucesso

No ínicio deste ano, quando um dia voltavamos da escola, vimos, ao lado do caixote do lixo da nossa rua, uma caixa. Nessa caixa, ainda nova, estava escrito: SUCESSO. Nada mais. Fomos a casa buscar a câmera fotográfica para registar o insólito e tentar salvá-la do terrível destino (já que nem a reciclagem lhe estava destinada!). Mais tarde descobrimos que era uma caixa que servia para guardar sapatos e que fora deixada ali pelo dono de uma loja chinesa cá da rua. Ao que parece, Sucesso, é uma marca de sapatos chineses. Lamentalmente não fomos ver que tipo se sapatos seriam os "sucesso"...



Ainda a temos cá em casa, mas em breve contámos fazer uma tour a três... O resultado estará visível na nossa tese visual.

Vou ler



e já volto.

quinta-feira, junho 22

O contexto

Um problema editorial: na actualização/ produção diária deste blogue, depois da ideia para o post e antes da sua publicação, têm existido momentos de dúvida. Publicar ou não publicar? Este nosso diário é temático, foi especificamente criado para apresentar o desenvolvimento de um trabalho de investigação, num âmbito escolar. Todos os artigos e imagens aqui apresentados são a matéria dessa pesquisa, mas nunca a sua conclusão. A matéria daqui é mais vezes informação e menos vezes crítica. Por agora, não por opção, mas porque não pode ser de outro modo. Dado o carácter intermédio destas matérias, em estado bruto têm a sobrevalorização da novidade e a sua rápida desactualização. Serão por enquanto várias peças sem conexão óbvia, com a facilidade de trato de quem desconhece ainda muito do que fala, (com a impetuosidade do meio e alguma ligeireza até). Esta informação deverá ser recebida como o passo-a-passo-para, por não ser definitiva.

Mas processos à parte, estas indecisões têm mais a ver com a publicação deste assunto do que outra coisa qualquer. O tema desta pesquisa, também ele ainda por circunscrever, encontra-se algures no Estado Novo, onde várias configurações visuais, serviram uma ideologia — através da propaganda nacional. A análise destas peças não podendo distanciar-se do contexto que as gerou, preocupa-se muito com formas, imagens, códigos visuais, grafismo, e dependendo deste para a sua extrapolação além estilo, pode em alguns casos aparecer descontextualizado. Pode? Podem as imagens e os discursos ser publicados em bruto e a nossa posição face a eles não aparecer esclarecida. Podem as imagens estilizar a época e ultrapassar conteúdos? Podem as imagens banalizar-se? Por isso esclarecemos aqui que o nosso trabalho trata de uma ditadura, que não partilhamos. A nossa pesquisa é de comunicação visual.

Vamos tentar evitar o mais possível situações dúbias.
Porque ao pesquisar na WWW encontramos a maioria das vezes, as fontes de discursos de António Ferro e Oliveira Salazar, as fontes da imagética da época, em sítios que as apresentam por aprovação e veneração, por quererem perpetuar e reviver esse tempo de fascismo e repressão. Perguntamo-nos a dada altura se o nosso blogue não poderia ser interpretado por outros como Nacionalista Renovador, defensor de bons valores e bons costumes e da pacatez e pequenez proclamada pelo Senhor Salazar.

Concerteza uma dúvida editorial, mas também uma questão que nos confronta, ao nível pessoal, em opções éticas, políticas e indertermina onde ficam os motivos mais racionais e mais emocionais.

domingo, junho 18

Sobre os discursos

O design sempre teve dificuldade em encontrar um discurso autónomo. Desde sempre, esteve, por um lado, demasiado preso aquele que seria o discurso das belas artes, e por outro, seguindo permissas funcionais e modernistas demasiado rígidas e moralistas. Mas, ao tentarmos fechar o discurso a um campo estritamente especializado, corremos também o risco de não conseguirmos comunicar e estabelecer laços de afectividade e comportamento com os não designers.
Assim sendo, produzir um discurso sobre a própria teoria do design, analisando-a ao longo dos últimos anos, é tentar compreender que questões são analisadas: serão questões meramente formalistas e técnicas? O que é importante para nós, enquanto produtores/construtores de objectos que interferem e alteram comportamentos? De que modo disciplinas como a semiologia, as ciências sociais e as teorias da comunicação estão ligadas a estes discursos?
Analisando a produção gráfica destes últimos anos, podemos também compreender de que forma a prática sempre esteve condicionada por um regime político promocional e de que modo existiu uma resistência (existe sempre) ao discurso dominante. Analisar a produção gráfica do Estado Novo é também compreender como a produção de imagens pode tornar-se perigosa quando se intromete no quotidiano para o transformar (formatar e alterar formas de pensar e agir).
Através das imagens selecionadas poderá ser possível reflectir a acção e produção de imagens que interferem com um real afectivo e que de algum modo foi marcante na experienciação daquilo que tomamos como património colectivo.

Carta de intenções

Não pretendemos uma tese que seja legitimadora. Não queremos defender ou promover nenhuma prática, mas tentar reflectir o design num contexto nacional, ou melhor dizendo local, uma vez que este sempre esteve preso a pequenos nichos. É nossa intenção fazer a ligação entre uma tese teórica e uma tese visual, que complemente, na prática, as nossas reflexões.

O que propomos analisar nesta dissertação não é tarefa fácil. Por isso mesmo, o que analisamos, ou simplesmente citamos, não é científico nem o pretende ser. Pretendemos acima de tudo reflectir sob o panorama do design que é português, neste sentido, que nos pertence enquanto identidade de um país ou de um conjunto de pessoas. Que imagem/imagens temos de nós próprios e que imagens produzimos? Ao longo do princípio de séc. XX, e até recentemente, que períodos da nossa história nos permitem reflectir sobre o que somos e o que produzimos?

Parte do que somos advém do que fomos, por isso, e de forma resumida, sem pretender uma abordagem muito exaustiva, esboçamos alguns momentos da nossa história que nos formaram enquanto património visual.

Porque admiramos!

"Um exemplo impressionante (da paralisação de toda a dinâmica do novo) porque geral: a ausência de intensidade na admiração, em Portugal ou, talvez mesmo, a falta de verdadeira admiração na relação com uma obra, um autor, um acontecimento. Se alguém exprime uma admiração desmedida, ou «excessiva», o seu entusiasmo é logo considerado suspeito. Como se aquela expressão levasse o sujeito admirativo a um nível superior intolerável. Ora precisamente, a admiração dá força, induz intensidades: por osmose, o admirador participa nas virtudes do admirado.
Por isso a admiração é quase sempre de fachada. Os portugueses não sabem admirar, porque não sabem perder a cabeça de admiração."

José Gil, 2004

Porque gostamos de citar!

"Citar um autor nacional, um contemporâneo, um amigo ou inimigo, é, entre nós uma raridade ou uma excentricidade como usar capote alentejano. A referência nobre é a estrangeira por mais banal que seja, e quem se poderá considerar ausente de um reflexo que é, por assim dizer, nacional? Vivemos todos como se não concedessem o crédito– um crédito vivificante e não a simples utilização partidária que fazemos dos outros– à produção cultural portuguesa, como se não concedemos à moeda em época em tempo de crise. Vivemo-nos sob o modo de um desenraizamento histórico singular que só na aparência é negado pela exaltação sentimental com que nos vivemos enquanto portugueses."
Eduardo Lourenço, 1978

sexta-feira, junho 16

Pequeno esboço

1- Evolução dos discursos sobre a prática do design gráfico ao longo de anos– começaram por estar colados ao discurso dominante das belas artes, para progressivamente promover uma autonomia. Actualmente existe esta autonomia? Existem discursos autónomos sobre o design de comunicação?

2- Efemérides a promover/ desenvolver a disciplina: as efemérides exteriores à disciplina e os acontecimentos históricos nacionais que precisavam de profissionais e permitiam a estes artistas a possibilidade de se evidenciarem. Algumas destas, representavam a disciplina, tentando o debate disciplinar, e outras, dando presença pela prática.

3- Estabelecer pontos de análise entre a história ideológica e o estudo do design. Até que ponto, para ser documentado, o design tem que estar associado a uma ideologia política, e estar a par da actualidade política e cultural, de outro modo não fica documentado e não temos forma de o analisar. As formas mais directas e facilmente encontradas na pesquisa que efectuamos estão associadas à história. O que resiste à história? Actualmente passa-se o mesmo. Até que ponto temos que estar associados a actividades culturais para nos evidenciarmos?

4- Vamos questionar como actualmente é promovida a ideia de missão nacional, que anteriormente era desenvolvida pelo SNI. Quais são as actividades que agora fazem o papel da identidade de propaganda nacional? Apesar de não haver um organismo estatal, que substitutos lhe seguiram?

5- SNI: um instrumento de governo. Até que ponto as ditaduras percebiam o poder manipulador da comunicação para instrumentalizarem formas de pensamento e formas de acreditar a cultura e a identidade nacionais. Implementação da política de espírito através de iniciativas culturais, publicações impressas, representações do país ao nível internacional e consequente difusão mediática desses factos de um ponto de vista jornalístico e documental, por forma a credibilizá-los como notícias de um país, isto é, estado do país...
O estado novo como mecenas do Modernismo.

6- IDENTIDADE. O que queremos ser? o que nos liga como comunidade (nacional). Viver de imagens, mitos e sugestões. Como relacionar identidade sociológica/ psicológica com identidade gráfica= estéticas, estilos, técnicas.

quinta-feira, junho 15

Datas importantes

8 de Junho e 11 de Julho não são feriados nacionais, mas poderiam ser, assim a matéria o justificasse. Como a maioria dos feriados nacionais, são datas que não deviam ser esquecidas. Assim, aqueles dias simbólicos, são transformados em dias de descanso, com idas à praia, ou então, uma tarde de papo ao ar na esplanada mais próxima...

Estes dias são respectivamente as datas das nossas entregas: de projecto e de tese de disertação de final de licenciatura. Ora assim, estas datas correm seriamente o risco de serem passadas sem qualquer simbologia.

Tivesse este post sido escrito à pelo menos seis meses tudo seria diferente!

Mas lá diz o povo: "mais vale tarde do que nunca!"

terça-feira, junho 6

Impressão em curso